A língua é o órgão menos adequado para expressar o significado do Zen. A barriga talvez seja mais apropriada. Alguns povos orientais, quando visitados pela primeira vez por um grupo de cientistas dos E.U.A. e sabendo que os norte-americanos pensavam com a cabeça, puseram-se logo a achar que eles eram loucos. E se explicaram: "É que nós, orientais, pensamos com o abdômen". As pessoas na China e no Japão, quando notam que alguém está com algum problema difícil, costumam dizer: "Pergunte à sua barriga, ela sabe a resposta".
Zen não escapa desta regra. Tentar compreender o Zen-Budismo intelectualmente é perder para sempre o seu significado. O intelecto serve a vários propósitos na vida diária, não há dúvida de que se trata de uma coisa utilíssima. Mas não resolve o problema crucial com que todos nós, cedo ou tarde, esbarramos em nossas vidas: o problema da vida e da morte, que diz respeito ao verdadeiro sentido da vida. Quem sou eu? Onde estão meu principio e fim no tempo e no espaço? Onde estava eu antes que meus pais nascerem? Para onde que vou depois que morrer?
Quando enfrentamos esse problema, o intelecto precisa confessar sua incapacidade de lidar com ele. O beco sem saída a que somos conduzidos não pode ser ultrapassado por uma manobra intelectual ou por um artifício da lógica. É necessária a totalidade do nosso ser. E é neste momento que o Zen surge como uma possibilidade, um caminho em direção á resposta do problema.
Portanto, tentar conhecer o Budismo Zen com o objetivo de ampliar nossa cultura geral é uma tolice semelhante a pedir a alguém que beba água em nosso lugar e esperar que a sede passe: o que nos descrevam o gosto de uma fruta ou a temperatura da água. Tudo isso depende da experiência pessoal, direta.
O Zen-Budismo é místico? Essa pergunta é muito freqüente, quando as pessoas ouvem falar do assunto pela primeira vez. O Misticismo é um ponto crucial, que faz com que os ocidentais falhem todas as vezes que tentam compreender a mente oriental. Por que o misticismo desafia a analise lógica, e esta é a característica fundamental do pensamento ocidental. O conceito ocidental de místico está sempre ligado ao fantástico, ao irracional, ao oculto. No oriente, misticismo não se refere a nada que não possa ser trazido para dentro da compreensão intelectual. Portanto, o Zen-Budismo é místico na medida em que o Sol brilha todas as manhãs, a lua surge todas as noites, e as flores deixam seu perfume na manga da nossa camisa, quando as tocamos de perto. Se isso é misticismo, então o Zen-Budismo é profundamente místico.
O Zen-Budismo é um sistema filosófico, intelectual? Não. O Zen-Budismo não é fundado na lógica ou na análise, é o contrário da lógica e do modo dualístico (ex. bom, mau - bonito, feio - vida, morte...) de pensar. Não existem no Zen, livros sagrados, dogmas ou quaisquer fórmulas através das quais se possa chegar ao seu significado. E o que o Zen-Budismo ensina? Nada. O Zen aponta o caminho, o resto é por nossa conta.
Zen é caótico, uma virtual negação de tudo, pelo menos se o virmos com a ótica racionalista da mente ocidental. Mas, por trás desta sucessão de negativas, o Zen-Budismo sustenta algo absolutamente positivo e eternamente afirmativo. Zen-Budismo é um estilo de vida e se propõe, por métodos práticos e diretos, a disciplinar a mente por si mesma, fazendo-a mergulhar em sua própria natureza. É um exercício que consiste em abrir o olho mental dos seus praticantes para que eles despertem do sono profundo da ignorância e vejam de perto a própria razão da existência. Só assim poderão contemplar o grande mistério que é representado diariamente.
O que é mente? É a verdadeira natureza de todos os seres, aquilo que existia antes que nossos pais tivessem nascido e antes do nosso próprio nascimento e que existe agora, imutável e eterna. Quando nascemos ela não é criada, e quando morremos ela não é destruída. Não tem nenhum tipo de distinção, nenhuma conotação de bom ou ruim. Não pode ser comparada a nada, e a chamamos Natureza de Buda. Muitos pensamentos surgem dela, como as ondas do oceano e as imagens num espelho. Quem deseja conhecer a própria mente deve, antes de tudo, olhar a própria fonte da qual surgem os pensamentos. O que é chamado Zazen não é mais do que olhar a natureza da mente. Aquele que conhece a própria mente é um Buda e livra-se para sempre dos sofrimentos que surgem da ignorância.
Este ensaio sobre o Zen-Budismo, com final do jornalista Marco Antônio Lacerda é baseado em 3 Obras sobre o assunto: Zen Buddhism and Psychoanalysis, Essays in Zen Buddhism e Misticism; Christian and Buddhist, todos de autoria de D.T. Suzuki
*Simplesmente ele veio, Instalou-se em meu ser, invadiu,tomou posse, se tornou hospedeiro, de meu corpo inteiro...
*O horizonte se abriu, libertando as cores, explodindo os temores, eclodindo os ardores, implodindo os valores.
*Nem dei conta do tempo, fui deixando passar, "Qual seria a estação?" Me perdi nos caminhos, Me encontrei na paixão!
*Num cenário irreal, O mesmo Flamboyant, Mudou várias roupagens... Se floriu sorrateiro, Se tingiu de vermelho, De laranja altaneiro, Parecia sorrir....
*Escancarei a vida, Abri todas janelas, Soprei minhas feridas, Me despi dos pudores, Quis viver...Fui feliz!!!
*De repente...Que frio, sensação de vazio, percebi que era inverno... Em qual parte do mundo? Talvez dentro de mim...
* Vi a porta entreaberta, as pegadas de alerta, e lá fora,caídas, desabadas,sem vida,
as folhas do Flamboyant... Que sombrio,envergado, Solitário,solidário, Lamentava a partida, o prenúncio do fim.
Em 1963 Milton Nascimento tinha acabado de chegar em Belo Horizonte, vindo de Três Pontas, interior de Minas Gerais, onde tocava na banda W’s Boys com o pianista Wagner Tiso. Esse rapaz “magro, negro, com mãos grandes”, de vinte e seis anos, foi morar no quarto andar da pensão de dona Benvinda, no edifício Levy, um prédio "feio, pesado e quadradão" que ficava na cinzenta avenida Amazonas com a rua Curitiba, bem no centro da capital mineira. Bituca, como era conhecido, foi trabalhar como datilógrafo no escritório das centrais Elétricas Furnas, no 22° andar de um arranha céu na famosa praça Sete. Em outro apartamento do Levy, no 17°, viviam os irmãos Borges, doze ao todo. No começo, Milton se enturmou com o mais velho deles, Marilton, com quem foi tocar no grupo Evolussamba. Logo, estaria fazendo amizade com Márcio e com o pequeno Lô, de apenas dez anos de idade. Além de Wagner Tiso, também moravam no Levy, o ator Jonas Bloch, o escritor Julio Gomide e o psicanalista Chaim Katz.
Os ensaios do Evolussamba, eram sempre no quarto dos Borges, em noites regadas com muita batida de limão. Márcio tornou-se o letrista das primeiras composições de Milton: Novena, Gira Girou e Crença, escritas em 1964. Enquanto isso, Lô estudava harmonia com o guitarrista Toninho Horta e devorava discos dos Beatles com outro menino, Beto Guedes. Juntos os dois montaram a banda The Beavers, inspirada nos Beatles. Essa nova safra de músicos mineiros não parava de crescer, Flávio Venturini, Tavinho Moura e Ronaldo Bastos logo se incorporaram ao grupo.
Certa vez, Bituca e o cineasta Sérvulo Siqueira caminhavam pelo centro de BH, e assim que pegaram um ônibus se encontraram com Fernando Brant que foi apresentado à Milton. Os dois desceram em um bar, tomaram duas cervejas e dividiram um ovo cozido para inaugurar a amizade. Sérvulo havia sido chamado por Milton para colocar a letra em um tema que acabara de compor, o futuro cineasta, com dezessete anos na época, não deu muita atenção ao pedido do amigo, então ele a ofereceu para Brant que nunca havia feito nenhuma música. O resultado da primeira parceria entre os dois foi “Travessia”. A inspiração dessa turma permaneceu e ficou conhecida em todo o mundo.
No livro "Os sonhos Não Envelhecem -Histórias do Clube da Esquina", Márcio Borges conta a história desse movimento que transformaria o panorama da MPB nos anos sessenta. Paralelamente à Tropicália, o “Clube” conseguiu unir a Bossa Nova, as novas sonoridades trazidas pelo rock britânico dos Beatles e a arte barroca de Minas Gerais.
Mas o Clube da Esquina, nada mais é do que um simples meio fio entre as ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro de Santa Tereza, lugar para onde a família Borges se mudou no final dos anos sessenta. Esse nome foi idéia de Márcio que, sempre ao ouvir a mãe, Dona Maria, perguntar por onde andavam os meninos Borges, dizia: "Claro que lá na esquina, cantando e tocando violão". O “clube”, foi mitificado na música de Milton, Lô e Márcio Borges - Noite chegou outra vez/ de novo na esquina os homens estão/ todos se acham mortais/ dividem a noite, a lua, até solidão... , tornada hino de toda uma geração. Essa obra reúne 20 anos da história do Brasil, desde o golpe militar até 1984, com a queda do militarismo e a eleição de Tancredo Neves.
“Os Sonhos Não Envelhecem”, procura mostrar a formação desse movimento sem nenhum manifesto, mineiramente sorrateiro, sem começo e sem fim, que se unia em torno da música, política, amizade, uma “cachacinha das boas” e da figura de Milton Nascimento. Nas letras estavam presentes a fé na vida e a utopia, assim como a presença do povo nas ruas, que ganham conotação representativa e surgem com um meio de sociabilidade, onde os movimentos estudantis e sociais ganhavam espaço.
Em 1972, foi lançado o álbum duplo "Clube da Esquina", reunindo toda a turma: Milton, Lô, Beto, Wagner Tiso, Toninho Horta, Tavinho Moura e Ronaldo Bastos. O Clube expandiu suas fronteiras, alcançou sucesso nacional e internacional. Bituca, já não era mais um músico da noite e datilógrafo da Furnas, começava a ser o mito Milton Nascimento.
Quando o guitarrista americanoPat Metheny quis conhecer a sede do famoso "Clube". Mesmo com a explicação de que o clube, enquanto espaço físico de fato não existia, o guitarrista não acreditou e só sossegou quando foi levado até a famosa esquina. O mesmo fato se deu com o tecladista Lyle Mays, que ficou um tanto decepcionado ao avistar a "sede" do clube. Márcio Borges também relata a história dos principais personagens ligados ao movimento, como a gaúcha Elis Regina, o carioca Gonzaguinha, o norte-americanoWayne Shorter, e o percusionista Naná Vasconcellos, que chegava em BH e ia direto para o bairro, atrás da esquina que inspirava tantas criações.
Em uma entrevista para uma tese de mestrado de Luiz Otávio Corrêa em Ciências Sociais, na PUC-Minas, Fernando Brant, declarou que ele e seus parceiros não pensam no “Clube” como um movimento, mesmo porque nada foi formalizado. “Se o Clube é um movimento, ele está em processo”, destacou ele. Para Brant, a denominação de movimento é criação da mídia, que prefere rotular as coisas porque fica mais fácil.
Maria Fragoso Borges nasceu em Belo Horizonte (MG), no dia 4 de abril de 1920. É conhecida carinhosamente como dona Maricota e é a progenitora do clã Borges. Filha de Carlos Joaquim Fragoso, major da Polícia Militar, e de Raimunda da Conceição Fragoso, costureira, cresceu entre os bairros de Santa Teresa e Santa Efigênia. Sua iniciação musical deu-se com aulas de canto que freqüentava na Escola Normal Modelo. Posteriormente, aprendeu e dedicou-se a tocar piano. Casou-se com Salomão Magalhães Borges e teve 11 filhos. Já casada, formou-se como professora primária, numa época em que teve que conciliar a sua rotina familiar com os estudos. Fundou, então, uma escola em sua casa de Santa Teresa, época em que se mudou com a família para o Edifício Levy. Além do estímulo ao aprendizado de música e do apoio maternal aos filhos e amigos dos filhos, sua grande contribuição ao Clube da Esquina foi a própria criação desse nome. "Clube da Esquina" era uma forma pejorativa que ela usava para nomear a esquina em que seus filhos adolescentes se reuniam com os amigos para brincar, tocar e cantar. Dona Maricota participou da gravação do disco Os Borges, ao lado de toda a sua família. Ainda hoje mora em Belo Horizonte.
"O rock é uma expressão básica das paixões que, em grandes platéias, pode assumir características de culto ou até de adoração, contrários ao cristianismo."
Cardeal Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI
Rock!
Stairway To Heaven seria uma escada para o Céu?
Stairway to Heaven é uma música muito popular, do grupo inglês Led Zeppelin, uma espécie de folk até os três minutos, uma balada dos quatro até cinco minutos e pesada a partir dos seis. Tocada nas rádios até os dias de hoje. Sua primeira gravação foi em 1970.
Alguns religiosos consideram que a letra seja um hino pagão ou satânico. Robert Plant (que escreveu a letra) disse que a música era sobre esperança, embora ele não soubesse o que queria dizer quando a escreveu a letra pois se lembra apenas das frases vindo à sua cabeça.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Robert Anthony Plant
Nasceu em 20 de agosto de 1948 em Bromwich, Staffordshire, Inglaterra. Filho de um contabilista. O interesse musical de Robert Plant vem desde muito pequeno. Sempre foi interessado por blues, que ouvia fechado em seu quarto. Os primeiros cantores que Plant ouviu foram Otis Rush, Robert Jackson, Bukka White, Memphis Minnie, Skip James e Buddy Guy e Elvis Presley, que ele costumava imitar. Foi a partir dessas influências que Plant desenvolveu seu modo de cantar. Logo ele conseguiu um estilo próprio. Aos 15 anos, Plant já se apresentava em pubs e clubes folks. Aos 16 anos sai de casa e começa a cantar em várias bandas, mudando de uma para outra com uma enorme rapidez. Foi com essas mudanças que aprendeu a tocar profissionalmente. Aos 18 anos, Plant gravou 2 singles para a CBS, que chegaram a entrar no Top 20 de Birmingham. Logo depois ele entra para a Band Of Joy, grupo no qual ficou pouco tempo, mas que foi muito importante para que encontrasse seu estilo de cantar. As inspirações de Plant para escrever músicas surgiu de suas viagens com Jimmy Page. Plant estava bastante deprimido quando escreveu os primeiros versos de "Stairway To Heaven". Outra que teve inspiração especial foi "Ramble On",inspirada no livro O Senhor Dos Anéis, de J. R. Tolkien.
Rock e Religião
Os adeptos do Rock consideram a canção "Stairway to Heaven", do conjunto Led Zeppelein, como o hino do Rock. Curiosamente ela é uma canção que principia muito lânguida, parecendo uma "complainte" medieval, com sons de queixume, um tanto melancólica. À medida que vai prosseguindo, ela vai tendo seu ritmo cada vez mais acentuado até atingir, no final, o ritmo frenético típico das canções de Rock. Desse modo ela resume, em sua execução, todo o caminho da história do Rock: do início sentimental até o ritmo alucinante e frenético.
Entretanto, não é só por ser uma síntese dos ritmos do Rock que essa canção é importante. Ela tem, de fato, um fascínio particular, que se diria mágico. Ela como que gruda na memória de quem a ouve, com um poder estranho.
Já as gravuras do álbum de apresentação são curiosas. Num quadro dependurado numa velha parede de reboco deteriorado, aparece um velho curvado sob o peso de um grande feixe de lenha amarrado às suas costas. Uma segunda gravura mostra uma aldeia ao longe e uma montanha pela qual sobe, rastejando, um homem em direção ao pico, onde se levanta uma figura fantasmagórica: uma espécie de monge de túnica e capuz, tendo numa das mãos um bordão, e na outra uma lanterna onde, em lugar da chama, brilha uma estrela hexagonal. Ele olha para baixo, em direção ao homem que sobe a vertente pedregosa, fascinado pelo brilho da estrela.
Ora, essa estrela hexagonal é a estrela alquímica, o hexagrama cósmico, o selo de Salomão, a estrela dos magos. Ela é formada por dois triângulos superpostos, indicando a união do divino e do humano, o abismo superior e o abismo inferior. O triângulo com vértice para baixo representa nos três ângulos os minerais, vegetais e animais; o triângulo de vértice para o alto, em seus ângulos, simboliza o rocio ou a chuva, o mar e a terra. Este hexagrama cósmico é cercado normalmente pelos símbolos dos metais e planetas e pela serpente ourobouros que come a própria cauda. Esse hexagrama cósmico aparece na Aurea Catena Homeri, famosa obra alquímica. (Cfe. Ronald B Gray, Goethe, The Alchimimist - Cambridge - University Press, Prancha I e Fulcanelli, Le Mystère des Cathédrales, Jean Jaques Pauvert, Paris, 1964, pag. 66)
A letra da canção vem estampada em caracteres góticos, e uma pequena gravura mostra um homem lendo, atento, um velho livro com fechos de metal. Conforme conta Luc Adrian no Artigo Hard-Rock, La Danza del Diablo (Jesus Cristus No. 26 - março/abril 1993 - pag. 8) num estojo do disco Stairway to Heaven havia a seguinte frase: "Pela audição do disco, os jovens estão sob um encantamento, são dominados, dirigidos por forças ocultas, demônios. Isto pode levar à possessão demoníaca".
"Há uma Dama que tem certeza de que tudo o que brilha é ouro. E ela está comprando uma escada para o céu. E quando ela chegar lá, ela sabe que se as esferas (compartimentos) estiverem fechadas, Com uma palavra ela pode obter aquilo que veio procurar. Há um sinal na parede, Mas ela quer estar certa, porque, você sabe, muitas vezes as palavras têm dois sentidos. Numa árvore à beira do riacho há um pássaro cantor que, por vezes, canta Todos os nossos pensamentos estão enganados. Há um sentimento que me domina quando eu olho para o oeste, E meu espírito está gritando para partir. Em meus pensamentos eu tenho visto anéis de fumaça através das árvores. E as vozes daqueles que estão de pé, olhando E é sussurrado que logo, se todo nós evocarmos a canção então, o tocador de flauta nos conduzirá à razão E um novo dia cairá para aqueles que há tempos esperam E as florestas ecoaram com risos E isto me faz desejoso... Se algo se mexer em seu canteiro não se assuste É apenas uma nascente límpida para a Rainha de Maio. Sim, há dois caminhos que você pode seguir mas na longa caminhada há sempre tempo para deixar a estrada que você está percorrendo Sua cabeça está zumbindo e o zumbido não quer passar - caso você não saiba - é o apelo do flautista que está chamando para ir juntar-se a ele. Cara dama, pode você ouvir o vento soprar e você sabe que sua escada se apóia no murmurante vento E como o vento ao longo da estrada, Nossas sombras vão ficando menores que nossa alma Aí caminha a dama que todos conhecemos que brilha com luz branca e quer mostrar como todas as coisas ainda se transformam em ouro E se você ouvir muito atentamente o canto finalmente chegará até você Quando todos são um e um é o tudo para ser uma rocha e não rolar".
Estranha canção! Que significa essa letra misteriosa? É claro que poucos a entendem. Aqui e ali um verso deixa entrever algo. Apenas o suficiente para despertar curiosidade. Apenas o suficiente para perceber que nela há algo oculto. Algo que imediatamente se esconde nas brumas mais espessas do verso seguinte, ainda mais misterioso. Essa canção é como um véu que vela e revela. Ela clama por ser decifrada. Evidentemente, os que percebem que nela há algo misteriosamente oculto procurarão escalar sua montanha de mistério, onde no alto, alguém, ainda mais misterioso, faz brilhar um lanterna na noite...
Quem é essa dama de que fala a canção?
Dela se diz que quer comprar uma escada para o céu. Ela julga que tudo que reluz é ouro. Sua escada se apoia no vento. Diz-se ainda que todos a conhecemos e que ela quer demonstrar que é possível ainda mudar tudo em ouro.
Ora, a pretensão de transformar tudo em ouro é o sonho da Alquimia, ciência esotérica, fundada numa concepção gnóstica do mundo. Para a alquimia, todas as coisas teriam como substância fundamental e primeira o ouro. Por isso, tudo que existe tem um certo brilho. Até o carvão pode se transformar em luz ou em diamante brilhante. As matérias mais opacas podem, por atrito, começar a brilhar.
Para a Alquimia, contudo, o verdadeiro fruto da arte real não é a de transformar chumbo em ouro, mas sim de transforma o alquimista em Deus. O ouro que se supunha existir, como elemento fundamental de todas as coisas, era apenas símbolo do pneuma divino - de centelha divina - que jazia aprisionado no âmago de todo o ser. Mais que transformar tudo em ouro, seria preciso transformar tudo em Deus, libertando as centelhas divinas do cárcere da matéria, da razão e da moral.
Ora, a Alquimia era representada na Idade Média, por uma mulher segurando uma escada de nove degraus, que repousava sobre o solo, e no alto se apoiava em nada, isto é, atingia as nuvens tocadas pelo vento.
Essa representação da Alquimia pode ser vista esculpida no portal da catedral de Notre Dame, em Paris. A mais importante obra alquímica de nosso tempo - Le Mystère des Cathédrales -, de Fulcanelli, apresenta uma reprodução desse relevo. (Fulcanelli, Le Mystère des Cathedrales, ed. J. P. Pouvert, Paris, 1964 pag. 32-33 Pranche II) Logo após a apresentação da dama alquímica, se diz que ela está comprando uma escada para o céu, isto é, um meio para atingir a felicidade absoluta. Ela a adquire com suas forças, e a escada é um meio natural para alcançar a divindade. Está é a scala philosophorum, símbolo da paciência que devem ter os alquimistas ao longo das operações do trabalho hermético (cfe. Fulcanelli, op. cit., pag. 90). Explica-se a seguir que se os "stores" - os compartimentos, as esferas celestes, os ayon na linguagem gnóstica - estiverem fechados, ela, com uma palavra, poderia abri-los.
Ora, segundo vários mitos gnósticos, o deus criador - o deus do mal - teria prendido as partículas divinas no universo material, que seria guardado por um arconte, ou espírito diabólico. Quando o homem morre, seu espírito procura atravessar as esferas que circundam a terra, mas só conseguirá passar por elas, se conhecer a palavra mágica que as abre ou se souber usar o sinal que as marca. (Cfe. Hans Jonas, La Religion Gnostique, Flammarion - Paris, pag 63-64)
Entretanto, se o espírito se equivocar na palavra de passe ou na fórmula a usar, ele recairá na matéria, não atingindo o "céu", isto é, sua libertação e divinização, ele se reencarnará.
A canção alude, a seguir, a um pássaro numa árvore, o qual, por vezes, canta. Ora, no mesmo livro de Fulcanelli, se reproduz outro relevo dos portais de Notre Dame, de Paris, e que representa o alquimista junto a seu "laboratório". Aí se vê o alquimista sob a aparência de um velho apoiado num bordão, junto à caverna que representa o laboratório alquímico. A seus pés jorra a fonte "magnésia", de onde escorre o mercúrio necessário à obra alquímica. A essa fonte límpida que corre para a Rainha de Maio, é que faz menção um dos versos da canção. Numa árvore próxima, há um pássaro cantando, que, segundo alguns, representa a ave fênix, símbolo do espírito divino existente no fundo da alma humana.
Adverte ainda a canção que "todos os nossos pensamentos estão equivocados". De fato, para a gnose, a inteligência nos teria sido dada pelo deus do mal ao nos criar, para nos enganar. O demiurgo mau teria construído um mundo inteligível e nos teria feito inteligentes para que, compreendendo o mundo, o julgássemos bom, e já não quiséssemos sair dele. Por isso a inteligência sempre nos levaria ao erro. Depois, a canção afirma que, ao olhar para o oeste, isto é, para a direção em que morre o sol, a pessoa que canta fica dominada por um sentimento e seu espírito clama por deixar o corpo, isto é, para morrer. Porque, para a gnose e para a Alquimia a morte seria o único meio de o homem se libertar de seu corpo-cárcere.
E é preciso não esquecer que Oriente é um dos nomes que a Escritura dá a Cristo, e que, portanto, o Oeste é oposto a Cristo, isto é, o demônio e a morte.
E tudo isto deixa o cantor desejoso, maravilhado...
Fugiria do escopo deste trabalho fazer uma análise mais exaustiva dessa canção. Queremos apenas mostrar que ela, veladamente, propõe uma visão gnóstica do mundo. Por isto ela conclui dizendo que, ao final, nós todos seremos uma só coisa e que o "um" é o tudo. Quando então nos tornarmos o Um - o tudo - isto é, deus, então seremos "Rock" - fixos - e já não mais estaremos sujeitos à evolução. "To Be a Rock and not to roll ..."
O autor da letra da canção "Stairway to Heaven", Robert Plant, declarou: "as palavras (da canção) foram recebidas por mim instantaneamente, não mudei nenhuma. Estou orgulhoso delas. Penso que alguém me soprou essas palavras". (Cfe. Luc Adrian - art. cit. in Jesus Cristus No. 26 pag. 8) Há pois, no Rock and Roll, uma religião oculta, a gnose, que no fundo adora Satã.
Segundo alguns, essa mesma canção tocada em sentido inverso, permitiria ouvir frases satânicas, exatamente no trecho em que se diz que o espírito humano clama por partir, quando olha para o oeste, símbolo da morte. Nesse ponto, se ouvem as seguintes palavras: "I've got live for Satan". (Eu decidi viver para Satã) Isto coloca o problema das mensagens subliminares ou secretas no Rock.
Para citar este texto:
Fedeli, Orlando - "Rock: revolução e satanismo" MONTFORT Associação Culturalhttp://www.montfort.org.br/index.php?secao=cadernos&subsecao=arte&artigo=rock〈=bra
Siriri Dança do Estado do Mato Grosso o Siriri,Ciriri ou Siriá é uma dança com elementos africanos, espanhóis e portugueses .Segundo muitos Pesquisadores, o nome Siriri estaria relacionado ao crustáceo que era muito fácil de ser capturado o Siri. Outra possível relação ao nome Siriri é que seria devido a um inseto (a forma alada do cupim). DANÇA E MUSICA: A Dança possui várias configurações no contexto da execução: Exemplo de uma música:
Marrequinha da Lagoa
Tuiuiú do Pantaná
Marrequinha pega Peixe
Tuiuiú já vem tomá.
1. Siriri de Roda: Os participante são em número par pois dançam cada um com seu parceiro.
Os participantes tocam as mãos espalmadas do parceiro da esquerda depois da direita , em movimentos comuns e rápidos ,em um dos lados os tocadores tocam os instrumentos ,são os mesmos utilizados na dança do Carimbó,e cantam até a 2º estrofe e os dançarinos respondem cantando os dois últimos versos.
2. Siriri de Fileira : A fila de mulheres à frente da fila de homens ,com os pares batendo palmas.
3. Siriri Mamãe, olhe carneiro: Roda fechada ,os pares de mãos dadas .Começa com uma pessoa no centro da roda que tenta escapar ,cabe aos demais não permitir que isto ocorra,caso contrário quem permitiu a fulga assume o lugar dele.
4. Siriri de Galope: Quatro pares cada par num local diferente , que se cruzam com pulos diagonais pelas laterais.
5. Siriri boi tá brabo no curá: Roda simples com as mãos dadas no centro uma pessoa faz o papel de boi e tenta escapar ,mas é impedido pelos demais. A Apresentação da Dança acontece entre Julho e fim de Agosto, a convocação dos dançarinos é feita pela matraca,com lenços com chapéus.Os instrumentos musicais são: Violas de cocho,Ganzá(reco-reco),matraca e sanfona. A Coreografia é de rara beleza; segue, na essência, as mesmas linhas do Carimbó, porém com maiores e mais variadas evoluções.
A indumentária, basicamente, é a mesma do Carimbó, porém, mais rica: as saias das mulheres são de javanesa, com estamparia de folhas e flores,as blusas de várias cores ,flor no cabelo.Os homens calça cores diversas e camisa de manga arregaçada ,lenço no pescoço com chapéu ou não. Siriri (dança) Dança de pares com formação em círculo ou fileira. Na dança de roda a coreografia básica consiste em movimentar-se em círculo, batendo-se as mãos espalmadas nas mãos dos dançarinos que estão à direita e à esquerda. Enquanto gira a roda, os dançarinos vão respondendo aos tocadores, que conduzem o canto. Na dança em fila, a coreografia básica é
formada por duas fileiras dispostas frente a frente, damas de um lado e rapazes do outro (no caso da participação de ambos os sexos). Contudo, a despeito de não estarem dispostos em círculo, o mesmo processo de bater as mãos espalmadas acontece. Geralmente a dupla que está em uma das pontas da fila, sai dançando por entre a fileira, sendo seguida pelos demais membros até que todos retornem aos lugares de origem.