Um adolescente nepalês conhecido como "menino Buda" reapareceu no domingo, segundo relatos de seus devotos.
O comitê que gerencia o local de meditação ocupado por Ram Bomjan, de 16 anos, divulgou um vídeo que aparentemente mostraria seus integrantes se encontrando com o menino perto de seu vilarejo, no sul do Nepal.
A meditação do adolescente e aparente jejum de dez meses atraiu a atenção do mundo todo antes de seu desaparecimento em março.
Muitos devotos foram até o vilarejo para ver o adolescente e deixar oferendas. Quando ele desapareceu, uma grande operação de busca foi estabelecida.
O presidente do comitê Om Namo Buddha Tapaswi Sewa Samiti (ONBTSS), Bed Bahadur Lama, disse a jornalistas que ele e seus colegas se encontraram com Bomjan a três quilômetros do seu lugar de meditação no bairro de Bara, no domingo.
Segundo Lama, o adolescente conversou com todos durante meia hora.
"Ele disse que vai reaparecer depois de seis anos. Ele pediu que monges rezassem no outro lugar onde Bomjan costumava meditar", disse.
"Eu fui embora, pois não havia paz lá...Diga a meus pais para não se preocuparem", teria dito Bomjan a Lama.
A notícia da suposta reunião é a primeira desde o desaparecimento do adolescente no dia 11 de março. Autoridades locais afirmam que não podem confirmar o encontro.
Os devotos e seguranças que cuidam de Bomjan iniciaram uma grande operação de busca na floresta de Ratnapuri e áreas vizinhas, mas até agora não conseguiram encontrar o adolescente.
Os devotos de Bomjan afirmam que ele é a reencarnação de Buda, que nasceu no Nepal há mais de 2,5 mil anos.
Segundo os devotos, o adolescente está meditando por dez meses, sem se alimentar ou beber água e é imune ao fogo e a mordidas de cobra. Estas alegações não passaram por uma verificação independente.
Cientistas não puderam examinar o adolescente, pois, segundo os devotos de Bomjan, isso iria perturbar sua meditação.
Fonte: BBC Brasil.
Buda
Buda (sânscrito-devanagari: बुद्ध, transliterado Buddha, que significa Desperto, Iluminado, que vem do radical "Budh", despertar) é um título dado na filosofia budista àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a divulgar tal redescoberta aos demais seres. "A verdadeira natureza dos fenômenos", aqui, quer dizer o entendimento de que todos os fenômenos são impermanentes, insatisfatórios e impessoais. Tornando-se consciente dessas características da realidade, seria possível viver de maneira plena, livre dos condicionamentos mentais que causam a insatisfação, o descontentamento, o sofrimento.
Do ponto de vista da doutrina budista clássica, a palavra "Buda" denota não apenas um mestre religioso que viveu em uma época em particular, mas toda uma categoria de seres iluminados que alcançaram tal realização espiritual. Pode-se fazer uma analogia com a designação "Presidente da República" que refere-se não apenas a um homem, mas a todos aqueles que sucessivamente ocuparam o cargo. As escrituras budistas tradicionais mencionam pelo menos 24 Budas que surgiram no passado, em épocas diferentes.
O Budismo reconhece três tipos de Buda, dentre os quais o termo Buda é normalmente reservado para o primeiro tipo, o Samyaksam-buddha (Pali: Samma-Sambuddha). A realização do Nirvana é exatamente a mesma, mas um Samyaksam-buddha expressa mais qualidades e capacidades que as outras duas.
Atualmente, as referências ao Buda referem-se em geral a Siddhartha Gautama, mestre religioso e fundador do Budismo no século VI antes de Cristo. Ele seria, portanto, o último Buda de uma linhagem de antecessores cuja história perdeu-se no tempo. Conta a história que ele atingiu a iluminação durante uma meditação sob a árvore Bodhi, quando mudou seu nome para Buda, que quer dizer "iluminado"
Existe uma passagem nas escrituras [Anguttara Nikaya (II, 37)] - a qual é freqüentemente interpretada de maneira superficial - na qual o Buddha nega ser alguma forma de ser sobrenatural, mas esclarece:
"Brâmane, assim como uma flor de lótus azul, vermelha ou branca nasce nas águas, cresce e mantém-se sobre as águas intocada por elas; eu também, que nasci no mundo e nele cresci, transcendi o mundo e vivo intocado por este. Lembre-se de mim como aquele que é desperto."
Com isso ele rejeitava qualquer possibilidade de ser tomado como um Deus, mas reafirmava a característica transcendente da sua vivência espiritual e do caminho de libertação que oferecia para os demais seres. Nesse sentido, o Buddha exerceu um papel importante de democratização da religião que, até então, estava sujeita ao arbítrio da casta dos brâmanes.
Para Siddhartha Gautama não há intermediário entre a humanidade e o divino; deuses distantes também estão sujeitos ao karma em seus paraísos impermanentes. O Buda é apenas um exemplo, guia e mestre para os seres sencientes que devem trilhar o caminho por si próprios.
Dentre as religiões mundiais, a maioria das quais proclama a existência de um Deus criador, o Budismo é considerado incomum por ser uma religião não-teísta. Para o Buda, a chave para a libertação é a pureza mental e a compreensão correta, e por esse motivo ele rejeitou a noção de que se conquista a salvação implorando para uma deidade distante.
De acordo com o Buda Gautama, a felicidade Desperta do Nirvana que ele atingiu está ao alcance de todos os seres, porém na visão ortodoxa é necessário ter nascido como um ser humano. No Tipitaka - as escrituras budistas mais antigas - fala-se dos numerosos Budas do passado e suas vidas, bem como sobre o próximo Bodhissatva, que é chamado Maitreya.